Blog do Micael
Conhecendo de perto o mundo do trabalho
“À comunidade de pais e amigos do Colégio Micael,
O que sinto é gratidão. Essa é a frase que gostaria que cada pai ou amigo que nos proporcionou uma vivência de estágio escutasse agora. Depois que os alunos do 12º B foram tão bem recebidos durante a semana de estágios, eu me senti profundamente grata. Posso até afirmar que senti forte realização como professora desta escola, pois fui acolhida por diversas famílias que abriram espaço para os alunos vivenciarem o mundo do trabalho.
Na volta dos estágios, escutei dos alunos:
– Eu vi os bastidores da TV Gazeta!
– Eu vi atletas profissionais treinando basquete!
– Professora, agora tenho certeza que quero se médica!
– Eu construí sozinho um móvel para minha casa!
– Fiz molho de tomate aos baldes no restaurante, foi muito legal!
Quanta alegria, quanta descoberta! Como se um véu tivesse sido tirado dos olhos desses jovens.
Que essa oportunidade se consolide cada vez mais, que possamos trilhar um caminho de conscientização cada vez mais clara sobre quão importante é para um jovem poder olhar o mundo do trabalho, o mundo dos adultos.
A sociedade atual criou um muro alto entre o universo dos adultos e o dos jovens. Os filhos muitas vezes nem sabem o que o pai e a mãe fazem profissionalmente, não acompanham, há um abismo.
Que tal criarmos um corpo sólido de oportunidades para que nossos alunos possam de fato conhecer o universo do trabalho? Para que possam entender os mecanismos da sociedade em que terão de se inserir em breve? Olhemos por isso.
Mas quero sublinhar essa gratidão que sinto ao ver os alunos do noturno tão gratos pelas experiências proporcionadas por pais e amigos desta comunidade.”
Professora tutora Claudia Johnsen
Trechos dos relatos de alunos sobre a experiência:
“Nosso estágio no Grupo Oficina foi uma experiência transformadora e gratificante. Ela não só nos deu uma visão mais profunda sobre o que queremos seguir, mas também expandiu nossos horizontes. Para mim foi muito interessante e especial analisar as circunstâncias e razões por trás da pedagogia, especialmente numa iniciativa Waldorf.”
Lara, aluna do 12º B, fez estágio numa escola de educação infantil
“A experiência de poder vivenciar diferentes cenários da medicina foi revelador. Isso me ajudou a entender que na medicina nem tudo são flores, mas muitas horas de trabalho árduo, antes, durante e depois da faculdade. Pudemos acompanhar de perto o cotidiano de vários médicos super gentis, que nos cederam espaço dentro do hospital e esclareceram nossas dúvidas sobre o curso de medicina.”
Beatriz e Rebeca, alunas do 12º B, estagiaram num hospital
“Antes do estágio eu estava em dúvida entre fazer direito ou química. A dúvida continua, mas o estágio me ajudou a entender melhor as possibilidades da profissão do químico. Ele faz muitas coisas dentro do laboratório. (…) Não sabia que os químicos precisam catalogar os produtos que aprovam, seguindo uma série de normas. Tudo dentro de um laboratório é controlado e possui normas.”
Jamille, aluna do 12º B, fez estágio numa indústria química
“A semana de estágio foi uma vivência incrível. O arquiteto Flavio Barossi me ensinou como fazer um desenho de planta e corte de uma casa e mostrou uma construção que eles estava terminando. Consegui fazer um desenho da planta da minha casa com os cortes, usando a escala 1.100. O Flavio também me levou para assistir uma aula de arquitetura na faculdade Brasil Escola, para conhecer os edifícios de São Paulo feitos por arquitetos famosos, como o Itália, o Banespa e o Copan. Também conheci a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e visitei a marcenaria onde os alunos fazem as maquetes.”
Anderson, aluno do 12º B, fez estágio num escritório de arquitetura
Assim nasceu nossa árvore Waldorf100
Por Katia Geiling
Foram horas de trabalho de muitas mãos dedicadas. Desenha, corta, fura, lixa, enverniza, corta arame, passa arame, torce arame, entorta arame. A cada nova etapa, nossa árvore ganhava forma e criava expectativas. Será que vai dar certo? Ela só desabrochou mesmo, com todo o esplendor, quando começamos a pendurar em seus galhos os quase 250 cartões que o Colégio Micael recebeu de escolas Waldorf do mundo todo no último ano – da vizinha Argentina à distante Nova Zelândia, passando por Austrália, Japão, Alemanha, Estados Unidos, África do Sul e muitos outros.
Ainda estávamos pendurando os últimos postais quando as crianças saíram para o corredor e se depararam pela primeira vez com a árvore onde brotavam desenhos coloridos de colegas de diversas partes do globo. Foi emocionante ver a surpresa e a alegria delas. Na mesma hora os alunos se lembraram dos desenhos que também haviam feito, tempos atrás, para mandar para escolas de outros países.
A troca de cartões postais desenhados à mão faz parte de um grande intercâmbio artístico que integra as celebrações do centenário da pedagogia Waldorf. A nossa árvore Waldorf100 traz outro elemento alusivo às comemorações: abelhas de lã que voam faceiras entre os desenhos. O projeto Bees & Trees (abelhas e árvores) é uma das iniciativas mais bonitas e importantes do movimento Waldorf100 e tem como objetivo estimular as escolas a criarem colônias para abelhas em seus espaços (o Micael tem várias caixas que abrigam abelhas há tempos, sabia?).
O mais especial de tudo isso é que nossa árvore fincou raízes bem no local onde está assentada a pedra fundamental da escola. Veja aqui o álbum com as fotos de todo o processo de criação.
Agradecimentos especias a Sergio Takahashi, que desenhou e cortou a árvore; a Jorge Ikeda e Alex Menezes, que fizeram os acabamentos e encontraram a solução perfeita para pendurarmos os cartões; a Juliana Azzi e Chris Bueno, que confeccionaram as abelhas; a Denise Ablas e Luciana Cavalcanti, que ajudaram a preparar os cartões e a pendurá-los.
“Venho acompanhando os cartões postais do projeto Waldorf 100 desde que o grande pacote com mais de mil cartões em branco chegou à escola. Vi nossas crianças e jovens desenhando em alguns, vi outros já prontos para o envio e também o primeiro cartão, vindo da Alemanha, que chegou para nós (isso foi muito legal!). Acompanhei e participei de algumas discussões informais a respeito do que faríamos para expor todos eles. A ideia foi chegando aos poucos: prender a uma parede? Pendurar? Fazer um móbile? A ideia da árvore pareceu uma ótima solução – algo que poderíamos transportar e expor em vários pontos da escola! A partir daí, um monte de sugestões, de pais e mães, de mãos, de contribuições de todo tipo… um trabalho em conjunto que resultou nessa lindeza de árvore, pela qual estou apaixonada!”
Denise Ablas, bibliotecária da escola e mãe de aluno do 6º ano
“Quando a árvore pousou ao lado da nossa pedra fundamental, me emocionei. Um filme de como chegamos até aqui passou na mente… Uma gratidão de 100 anos inundou meu coração. Obrigado a todos pela oportunidade de ter colaborado.”
Jorge Ikeda, pai do 1º ano e um dos coordenadores do Conselho de Pais do Micael
“Árvores são sempre um símbolo de muita positividade. Secas ou frondosas, naturais ou feitas artesanalmente pelas mãos humanas, elas inevitavelmente representam algo sobre o mundo que merecemos e precisamos observar com mais cuidado. Não foi muito diferente o que a árvore do Waldorf100 emanou. Confirmei ainda mais, a partir dela, a necessidade urgente de aprofundar a comunicação com o outro, muito mais além do que já temos feito no mundo atual, de realmente conhecer o diferente ao tentar ler através daqueles galhos repletos de cartões, o universo, o coração e a cultura de crianças que não temos ideia de como vivem, sentem e pensam. Foi muito emocionante! Inesquecível poder contribuir com a montagem da árvore! Em vários momentos o ato de pendurar aqueles belos e sensíveis cartões me proporcionou o repensar a respeito da qualidade de nossa comunicação e entendimento do ouvir/ler o outro. Que esta árvore seja um pequeno pedaço da prática real e presente do perceber e compreender cada vez mais e melhor nossas crianças e jovens. Ela está pulsando até agora em mim! Obrigada imensamente!”
Luciana Cavalcanti, mãe do 1º e do 10º A
“Cada aula é um enigma a ser desvendado”
O 12º ano é marcado pelo desenvolvimento do julgamento metodológico consciente. Isso significa que cada aula é um enigma que precisa ser desvendado.
Durante a época de ótica que o 12º A está vivenciando, por exemplo, o jovem deve ser capaz de perceber aquilo que é a essência do fenômeno e propor um modelo que explique, de maneira lógica e coerente, o comportamento da luz e da sombra, duas das entidades mais abstratas de toda a física.
Nesta época estudamos cores (luz e pigmento), reflexão em espelhos planos e, agora, o início de refração. Para a formulação de suas hipóteses, os estudantes utilizam fundamentalmente a geometria, reconhecendo as formas exatas por trás de todos os fenômenos óticos.
O estudo da ótica fascina não só pela beleza e precisão, mas também pelos arquétipos: luz e sombra, objeto e imagem, real e virtual.
Marina Heleno, professora de física do Colégio Micael
A ótica no 12º ano será tema de uma das oficinas do ensino médio do Portas Abertas do Colégio Micael, que acontece no dia 18/05. Inscreva-se aqui.
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Conhecendo de perto o mundo do trabalho
“À comunidade de pais e amigos do Colégio Micael,
O que sinto é gratidão. Essa é a frase que gostaria que cada pai ou amigo que nos proporcionou uma vivência de estágio escutasse agora. Depois que os alunos do 12º B foram tão bem recebidos durante a semana de estágios, eu me senti profundamente grata. Posso até afirmar que senti forte realização como professora desta escola, pois fui acolhida por diversas famílias que abriram espaço para os alunos vivenciarem o mundo do trabalho.
Na volta dos estágios, escutei dos alunos:
– Eu vi os bastidores da TV Gazeta!
– Eu vi atletas profissionais treinando basquete!
– Professora, agora tenho certeza que quero se médica!
– Eu construí sozinho um móvel para minha casa!
– Fiz molho de tomate aos baldes no restaurante, foi muito legal!
Quanta alegria, quanta descoberta! Como se um véu tivesse sido tirado dos olhos desses jovens.
Que essa oportunidade se consolide cada vez mais, que possamos trilhar um caminho de conscientização cada vez mais clara sobre quão importante é para um jovem poder olhar o mundo do trabalho, o mundo dos adultos.
A sociedade atual criou um muro alto entre o universo dos adultos e o dos jovens. Os filhos muitas vezes nem sabem o que o pai e a mãe fazem profissionalmente, não acompanham, há um abismo.
Que tal criarmos um corpo sólido de oportunidades para que nossos alunos possam de fato conhecer o universo do trabalho? Para que possam entender os mecanismos da sociedade em que terão de se inserir em breve? Olhemos por isso.
Mas quero sublinhar essa gratidão que sinto ao ver os alunos do noturno tão gratos pelas experiências proporcionadas por pais e amigos desta comunidade.”
Professora tutora Claudia Johnsen
Trechos dos relatos de alunos sobre a experiência:
“Nosso estágio no Grupo Oficina foi uma experiência transformadora e gratificante. Ela não só nos deu uma visão mais profunda sobre o que queremos seguir, mas também expandiu nossos horizontes. Para mim foi muito interessante e especial analisar as circunstâncias e razões por trás da pedagogia, especialmente numa iniciativa Waldorf.”
Lara, aluna do 12º B, fez estágio numa escola de educação infantil
“A experiência de poder vivenciar diferentes cenários da medicina foi revelador. Isso me ajudou a entender que na medicina nem tudo são flores, mas muitas horas de trabalho árduo, antes, durante e depois da faculdade. Pudemos acompanhar de perto o cotidiano de vários médicos super gentis, que nos cederam espaço dentro do hospital e esclareceram nossas dúvidas sobre o curso de medicina.”
Beatriz e Rebeca, alunas do 12º B, estagiaram num hospital
“Antes do estágio eu estava em dúvida entre fazer direito ou química. A dúvida continua, mas o estágio me ajudou a entender melhor as possibilidades da profissão do químico. Ele faz muitas coisas dentro do laboratório. (…) Não sabia que os químicos precisam catalogar os produtos que aprovam, seguindo uma série de normas. Tudo dentro de um laboratório é controlado e possui normas.”
Jamille, aluna do 12º B, fez estágio numa indústria química
“A semana de estágio foi uma vivência incrível. O arquiteto Flavio Barossi me ensinou como fazer um desenho de planta e corte de uma casa e mostrou uma construção que eles estava terminando. Consegui fazer um desenho da planta da minha casa com os cortes, usando a escala 1.100. O Flavio também me levou para assistir uma aula de arquitetura na faculdade Brasil Escola, para conhecer os edifícios de São Paulo feitos por arquitetos famosos, como o Itália, o Banespa e o Copan. Também conheci a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e visitei a marcenaria onde os alunos fazem as maquetes.”
Anderson, aluno do 12º B, fez estágio num escritório de arquitetura
Assim nasceu nossa árvore Waldorf100
Por Katia Geiling
Foram horas de trabalho de muitas mãos dedicadas. Desenha, corta, fura, lixa, enverniza, corta arame, passa arame, torce arame, entorta arame. A cada nova etapa, nossa árvore ganhava forma e criava expectativas. Será que vai dar certo? Ela só desabrochou mesmo, com todo o esplendor, quando começamos a pendurar em seus galhos os quase 250 cartões que o Colégio Micael recebeu de escolas Waldorf do mundo todo no último ano – da vizinha Argentina à distante Nova Zelândia, passando por Austrália, Japão, Alemanha, Estados Unidos, África do Sul e muitos outros.
Ainda estávamos pendurando os últimos postais quando as crianças saíram para o corredor e se depararam pela primeira vez com a árvore onde brotavam desenhos coloridos de colegas de diversas partes do globo. Foi emocionante ver a surpresa e a alegria delas. Na mesma hora os alunos se lembraram dos desenhos que também haviam feito, tempos atrás, para mandar para escolas de outros países.
A troca de cartões postais desenhados à mão faz parte de um grande intercâmbio artístico que integra as celebrações do centenário da pedagogia Waldorf. A nossa árvore Waldorf100 traz outro elemento alusivo às comemorações: abelhas de lã que voam faceiras entre os desenhos. O projeto Bees & Trees (abelhas e árvores) é uma das iniciativas mais bonitas e importantes do movimento Waldorf100 e tem como objetivo estimular as escolas a criarem colônias para abelhas em seus espaços (o Micael tem várias caixas que abrigam abelhas há tempos, sabia?).
O mais especial de tudo isso é que nossa árvore fincou raízes bem no local onde está assentada a pedra fundamental da escola. Veja aqui o álbum com as fotos de todo o processo de criação.
Agradecimentos especias a Sergio Takahashi, que desenhou e cortou a árvore; a Jorge Ikeda e Alex Menezes, que fizeram os acabamentos e encontraram a solução perfeita para pendurarmos os cartões; a Juliana Azzi e Chris Bueno, que confeccionaram as abelhas; a Denise Ablas e Luciana Cavalcanti, que ajudaram a preparar os cartões e a pendurá-los.
“Venho acompanhando os cartões postais do projeto Waldorf 100 desde que o grande pacote com mais de mil cartões em branco chegou à escola. Vi nossas crianças e jovens desenhando em alguns, vi outros já prontos para o envio e também o primeiro cartão, vindo da Alemanha, que chegou para nós (isso foi muito legal!). Acompanhei e participei de algumas discussões informais a respeito do que faríamos para expor todos eles. A ideia foi chegando aos poucos: prender a uma parede? Pendurar? Fazer um móbile? A ideia da árvore pareceu uma ótima solução – algo que poderíamos transportar e expor em vários pontos da escola! A partir daí, um monte de sugestões, de pais e mães, de mãos, de contribuições de todo tipo… um trabalho em conjunto que resultou nessa lindeza de árvore, pela qual estou apaixonada!”
Denise Ablas, bibliotecária da escola e mãe de aluno do 6º ano
“Quando a árvore pousou ao lado da nossa pedra fundamental, me emocionei. Um filme de como chegamos até aqui passou na mente… Uma gratidão de 100 anos inundou meu coração. Obrigado a todos pela oportunidade de ter colaborado.”
Jorge Ikeda, pai do 1º ano e um dos coordenadores do Conselho de Pais do Micael
“Árvores são sempre um símbolo de muita positividade. Secas ou frondosas, naturais ou feitas artesanalmente pelas mãos humanas, elas inevitavelmente representam algo sobre o mundo que merecemos e precisamos observar com mais cuidado. Não foi muito diferente o que a árvore do Waldorf100 emanou. Confirmei ainda mais, a partir dela, a necessidade urgente de aprofundar a comunicação com o outro, muito mais além do que já temos feito no mundo atual, de realmente conhecer o diferente ao tentar ler através daqueles galhos repletos de cartões, o universo, o coração e a cultura de crianças que não temos ideia de como vivem, sentem e pensam. Foi muito emocionante! Inesquecível poder contribuir com a montagem da árvore! Em vários momentos o ato de pendurar aqueles belos e sensíveis cartões me proporcionou o repensar a respeito da qualidade de nossa comunicação e entendimento do ouvir/ler o outro. Que esta árvore seja um pequeno pedaço da prática real e presente do perceber e compreender cada vez mais e melhor nossas crianças e jovens. Ela está pulsando até agora em mim! Obrigada imensamente!”
Luciana Cavalcanti, mãe do 1º e do 10º A