Abraçando a diversidade

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Atividade de Extra Lesson
“Era em tempos antigos,
Em que vivia vigoroso na alma dos iniciados,
O pensamento de que doente por natureza todo
Ser humano é.
Considerava-se a educação igual ao processo de cura,
O qual junto com o amadurecer,
Trazia saúde à criança,
Para ela tornar-se plenamente humana na vida.”
Rudolf Steiner

Núcleo de Apoio Micael (NAMI)
A pedagogia Waldorf baseia-se na visão de Rudolf Steiner sobre o desenvolvimento saudável do ser humano. Nossa escola sempre procurou compreender e atuar da melhor forma com cada indivíduo. Desde a sua fundação, o Colégio Micael recebe crianças com necessidades específicas, tendo um corpo docente sensível e defensor da inclusão.
Há alguns anos, foi criado no Colégio Micael um grupo de estudos que tinha a intenção de compreender mais profundamente casos de alunos que traziam desafios maiores e a melhor forma de atuar com eles. Nos encontros semanais desse grupo eram realizadas leituras e discutidas questões práticas, como adaptação de conteúdos e materiais, entre outros pontos.
Há cerca de dois anos, numa reunião na FEETS (Federação de Educação Terapêutica e Pedagogia Social) sobre o tema da inclusão, tivemos uma troca muito rica com outras escolas e conhecemos um modelo que parecia ser muito bom. Esse modelo foi trazido ao Colégio Micael e formaram-se dois grupos, que inicialmente receberam os nomes de Comissão de Inclusão e Comissão de Inclusão-Pais.
Após o amadurecimento sobre a real função de cada um deles, esses grupos ganharam nova identidade. O grupo ligado aos professores foi batizado de Núcleo de Apoio Micael – NAMI e o dos pais passou a se chamar Comissão do ABRAÇO.
Baseado na Antroposofia, o NAMI é uma comissão composta por todos os professores que querem e podem colaborar com seu interesse e conhecimento, acompanhados pela presença de uma pediatra e de uma neuropediatra, ambas com formação ampliada na arte médica antroposófica. O grupo conta também com uma fonoaudióloga especializada no método Padovan e uma euritmista terapêutica. É um espaço multidisciplinar para a troca de experiências, saberes e busca de caminhos pedagógicos mais adequados para uma classe ou um aluno com dificuldades de aprendizagem ou necessidades específicas.
Grupo de Apoio Pedagógico
Dentro dessa proposta do NAMI, as professoras e psicopedagogas Patrícia Nora e Leni Attarian, especializadas também no método Extra Lesson, estão à frente do GRUPO DE APOIO PEDAGÓGICO, coordenando os trabalhos que envolvem o apoio aos professores, o contato com os profissionais terapêuticos das crianças, com os pais e orientação de estagiários. São também responsáveis pelos atendimentos na área de Recursos Especiais em Pedagogia Waldorf (Extra Lesson). 
A partir da indicação do professor de classe ou tutor, que sente a necessidade de um olhar pedagógico especial para determinada criança ou jovem, é feito o pedido de uma avaliação. O Grupo de Apoio entra em contato com as famílias para agendar uma avaliação e dar prosseguimento nos atendimentos.  
Extra Lesson
Desde 2003, a escola vem sediando a formação de Recursos Pedagógicos Especiais (Extra Lesson) com professores estrangeiros convidados, de experiência comprovada e reconhecimento internacional. Esse curso tem a duração de aproximadamente quatro anos de especialização. Como o Micael sediou essa formação, temos o privilégio de contar com profissionais certificados atuando com nossos alunos desde 2005.  
O Extra Lesson é uma ferramenta muito importante para ajudar as crianças em seu desenvolvimento. Ele as auxilia a a superar limitações, adquirir habilidades ou melhorar aquisições motoras por meio de exercícios de movimento (psicomotricidade), desenho e pintura. A partir de uma avaliação, é possível identificar as dificuldades e necessidades dos alunos. Esse é um passo fundamental para utilizar esses recursos especiais que ajudarão na harmonização do ser.
Comissão do Abraço
Foi criada a partir de um movimento de mães que sentiam a necessidade de se acolher e partilhar suas vivências no processo de aprendizagem de seus filhos. O esforço era de, amorosamente, fazer uma ponte com os professores, apoiando iniciativas no sentido da inclusão.
Nesse processo, intensificou-se a vontade dentre as/os participantes de se tornar um grupo de estudo ou até mesmo uma comissão para ajudar a escola e trabalhar formas de acolher as crianças. A médica antroposófica Luciana Santos Miguel sugeriu que esse grupo se tornasse um parceiro da Comissão de Inclusão, que carregava o tema dentro da escola. O intuito era que pais, mães e professores trilhassem juntos caminhos possíveis para a inclusão, aproximando práticas que vêm sendo desenvolvidas com sucesso e cientificidade aos princípios consolidados da antroposofia, acreditando na potência desse encontro.
A Comissão do Abraço, em seus dois anos e meio de existência, já promoveu seis palestras com especialistas técnicos de dentro e de fora da Antroposofia, uma roda de conversa com especialista doutora em inclusão e intensas trocas de textos, documentos e vídeos sobre o tema. Ressalte-se a aproximação feita com a FETTs, que resultou em uma palestra com Paula Mourão, frutificando novos encontros pedagógicos com os professores da escola.
Os encontros acontecem quinzenalmente, em cronograma construído coletivamente e trocas por meio de grupo no Telegram. A Comissão do Abaço é aberta à participação de todos aqueles que se vêem chamados e aos pais e mães que precisam de um lugar de escuta e apoio.
Todo esse esforço nasce de um impulso de verdadeiramente contribuir para que a escola se destaque na tarefa de incluir toda a diversidade humana, pois a comissão acredita, como diz Steiner, que “se estivermos vigilantes, não passará um só dia sem que aconteça um milagre em nossas vidas”. Incluir é um desses milagres.