Educação infantil
O ser humano é humano na medida em que cria, de dentro para fora, pensamentos, sentimentos, ações. E o início dessas criações é o brincar.
Ute Craemer, educadora
Educação infantil
“O ser humano é humano na medida em que cria, de dentro para fora, pensamentos, sentimentos, ações. E o início dessas criações é o brincar.”
Ute Craemer, educadora
Maternal
A criança pode ingressar no maternal do Micael a partir dos 2 anos de idade. A sala conta com uma professora e uma professora assistente e tem o aconchego de uma casa. As atividades seguem um ritmo suave: há o brincar dentro e o brincar fora, o momento do ritmo de época, de ouvir contos de fadas, de desenhar, ouvir o kântele, cuidar da horta e preparar o pão. O lanche é o momento de aprender a venerar e apreciar os alimentos, sempre bem variados e saudáveis. Quando há colheita na horta, cenouras, rabanetes, pepinos e o que mais a terra tiver oferecido também vão para a mesa.
Jardim de Infância
As turmas de jardim de infância do Colégio Micael são formadas por crianças a partir de 4 anos, que permanecem no jardim até o momento de ingressar no 1º ano.
Durante o período em que os alunos ficam na escola, a alternância entre o brincar livre e as atividades dirigidas em grupo funciona como uma grande respiração — expansão e contração. Nessa fase, o aprendizado se dá pela imitação. Por isso a atitude do adulto é tão importante.
Em todos os momentos, as crianças trabalham, de maneira lúdica, a coordenação motora ampla e fina, os sentidos, a concentração, a linguagem oral, a orientação espacial, a lateralidade e a socialização.
Veja nos tópicos e no vídeo a seguir como essas atividades se desenrolam:
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É o tempo do brincar na classe. Em grupos ou individualmente, as crianças constroem cabanas, viram a cadeirinha de cabeça para baixo para fazer de conta que é um carro, um foguete… Enquanto alguns brincam, outros preferem desenhar livremente. Nesses primeiros momentos, a professora propõe atividades específicas para cada dia da semana: moer trigo, preparar o pão, fazer modelagem com cera de abelha, pintar aquarela, passar roupinhas, cuidar da horta, fazer euritmia ou tocar kântele (essas duas últimas, conduzidas por professoras especializadas).
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Atividade dirigida pela professora da classe e realizada num grande círculo. Uma estória é elaborada com versos, canções e sincronizada com movimentos. O conteúdo é escolhido de acordo com as estações do ano, os acontecimentos da natureza, as festas cristãs ou as necessidades de cada grupo. Cada época tem a duração de três semanas.
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As crianças lavam as mãos, fazem o verso de agradecimento e comem o lanche trazido de casa, preferencialmente pão integral e uma fruta fresca ou seca. As famílias são orientadas a não mandar doces, bolinhos, sucos industrializados e outras guloseimas.
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Os pequenos brincam no tanque de areia, pulam corda, amarelinha, sobem nas árvores e correm um bocado.
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Numa grande roda, os alunos fazem brincadeiras musicais com mãos e dedos. A professora então encerra o dia com um conto de fadas. O mesmo conto é trabalhado por duas ou três semanas.
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” Até amanhã, boa tarde!
Para casa eu vou voltar.
Agradecemos o lindo dia e
a sua companhia.”
Veja também
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O kântele é um instrumento de cordas típico da região da Lituânia e da Finlândia e está profundamente enraizado nos hábitos culturais desses povos. É tocado em escala pentatônica, a primeira escala conhecida pelo homem, a escala primordial. Quando a criança nasce, e nos primeiros sete anos de sua vida, ela se encontra ligada a essa escala também.
No Micael, as crianças têm contato com o kântele desde o maternal. As professoras tocam o instrumento, que acalma e contribui para a concentração, durante histórias e cantigas. Quando estão no último ano do jardim de infância, os alunos vivenciam a experiência de tocar o kântele em aulas conduzidas por uma profissional especializada.
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Euritmia é uma arte de movimento criada por Rudolf Steiner no início do século XX e que faz parte do currículo de toda escola Waldorf, do jardim de infância ao final do ensino médio.
No jardim, a euritmia é elementar, no sentido de simples, essencial. Tudo o que depende de raciocínio, compreensão e contagem exige da criança uma atitude racional, que a distancia da vivência elementar dessa arte.
A tarefa do educador no primeiro setênio é permitir que a criança aprenda, por meio da imitação de tudo o que a rodeia, a andar, falar e pensar.
Andar não é apenas locomover-se verticalmente pelo espaço, mas colocar-se em equilíbrio no mundo. Num primeiro momento, esse equilíbrio é, sim, físico, mas os aspectos do equilíbrio anímico também precisam ser desenvolvidos. A euritmia contribui para isso, pois trabalha, simultaneamente, o corpo físico e nuances da alma, possibilitando que a criança adquira um andar pleno, em seu sentido mais amplo.
Por meio das rodas, as pequenas histórias versadas e ritmadas que se repetem durante algumas aulas, a criança se apropria da linguagem de forma artística, assim como das direções do espaço que a rodeia. De maneira ainda inconsciente, conquista a tridimensionalidade do espaço, tornando-se mais segura e autônoma.
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No final do outono, quando as noites vão ficando mais longas, a natureza e o próprio homem dão início a um impulso de contração e interiorização. O friozinho convida à introspecção e à busca de nossa luz interior.
Na educação infantil essa época é vivenciada lindamente durante a Festa da Lanterna, quando os pequenos percorrem a escola depois do pôr do sol carregando lanternas que ajudaram a confeccionar. O pequeno facho que levam com tanto zêlo simboliza a luz de cada um, que precisa ser cuidada, mas que também pode ajudar a iluminar o caminho do outro.
Nas semanas anteriores à festa, as crianças vivem intensamente os preparativos para o momento da procissão, cantando canções e ouvindo a história da Menina da Lanterna, que no grande dia é encenada pelos pais dos alunos que irão para ensino fundamental no ano seguinte.
“Minha luz vou levando, sempre dela cuidando. Se alguém precisar, dela posso lhe dar”