Blog do Micael
Dona Ana
Apresentação da turma de d. Ana Cândida
Quantas voltas o mundo dá
E nós nele
A se perder e se encontrar
A sala cheirando a madeira
As cortinas suaves enquadrando as janelas para o mundo
O quadro negro preenchido de cores e sentidos
O som das flautas, cada uma a seu modo, te seguindo
Na tentativa de fazer juntas uma melodia
O papel molhado recebendo as tintas do pincel
A História revelada em contação de histórias,
Encontro comigo em outras eras e lugares
O boletim preenchido à mão com sua letra
Revelando o quanto esteve, o ano todo, a mim atenta
Um verso recebido no início de cada ciclo
Sinal de que, mesmo nas férias, o vínculo afetivo não era rompido
Você não me ensinou a juntar letras no papel, o B-A-BA
Mas a contemplar o céu e ler as manhãs
A me encantar
As aulas não eram só carteira e cadeira
Mas vinham também em forma de brincadeira
Circo, teatro, dança…
O elo alimentado com toda a Natureza
Observar as flores, o caminho do sol e das estrelas
Plantar o trigo, fazer o forno e o pão
Construir nossa própria casinha
Fazendo de nossa vida uma moradia
E habitá-la com entusiasmo
Respirar com a vida
Alternando trabalho e festa
Cuidar do espaço partilhado, se dedicar a enfeitá-lo
Caminhar juntos, com as lanternas acesas na mão
Sentar e cantar juntos ao redor da fogueira de São João
Alimentar a experiência do convívio em comunhão
As viagens que ampliavam as fronteiras
Do mundo
E da alma
Montanhas e mangues
Hortênsias, vaga-lumes
Peixes e araucárias
Pedras, terra e águas
Estalactites
Tesouros formados pacientemente
Nas nossas próprias profundezas
Assim, a disciplina cedia lugar à dedicação
O fazer por haver uma sentida razão
Você era professora, não uma funcionária
Da mesma forma, eu não era uma estudante a-lunada
Éramos pessoas antigas partilhando o tempo presente
Companheiras de jornada
Em corpo, espírito e imaginação
Fazendo de cada encontro nossa oração
Insistindo em acender a luz do coração
Hoje tento imaginar como era possível
Que você fizesse tanto
E tudo, todo dia, com carinho?
Cada dia da vida era um templo
E nele entrava com devoção
Cada dia era um portal que se abria
Graças à sua dedicada alegria
Nos ensinando a escutar
As “preciosas ressonâncias de algum silêncio escutado há anos”
E a nunca barulhar para calar este silêncio
Mulher, como foi capaz de tamanha empreitada?
Por tantos anos, em cada instante mergulhada?
Quando penso em você
Vejo janela para o céu infinito
E pressinto a infinidade de seres viventes na terra
Eu, você, todos nós dentro e parte de tudo isto
Numa trama por todos nós tecida, delicada
Te vejo pingo de tinta vibrante que na aquarela se espalha
Te ouço estalo de madeira aquecida pelo fogo
Mãos e pés batendo juntos, ritmados
Te sinto cheiro de pão quente repartido em irmandade
Poema que nos fala de segredos
Que em dança de mãos dadas são revelados
Verão, outono, inverno e primavera
Vida infinda
Vida divina
Vida dividida
E multiplicada
Você segue agora para esta nova fase de sua jornada
Eu sigo dançando consigo este bailado
Que agora se expande para o outro lado
Desconstruímos, então, esta última fronteira
E a vida, mais uma vez, se revela inteira
De mãos dadas com a morte
Sua irmã verdadeira
Uma semente brota em meu peito aquecido
E do amor sinto o perfume de uma nova flor
Recém-nascida no infinito
Amanda Schoenmaker
22/02/2020
Dona Ana Cândida foi professora de classe da turma de Amanda entre 1989 e 1996. Ela fez parte do corpo docente do Colégio Micael durante quase 40 anos e partiu para o mundo espiritual em fevereiro de 2020.
A beleza transformadora do teatro
“O processo da construção de uma peça de teatro é sempre uma experiência transformadora. O teatro do 8º ano de uma escola Waldorf é aquele momento em que muito do que foi semeado ao longo desse período pode agora ser resgatado, aperfeiçoado, aprofundado, lapidado. Junte-se a esses dois aspectos o momento em que o jovem de 14 anos está, com tantas mudanças internas e externas, tantas descobertas, percepções e lampejos de futuro. Aqui se inicia a busca de si mesmo.
Interpretar um personagem é ter a oportunidade de experimentar ver o mundo, sentir, pensar e agir na pele de outra pessoa e, através dela, sair de si mesmo, deixando de lado as próprias turbulências emocionais. É treinar o enxergar e o ser diferente, às vezes até de um jeito oposto a si próprio!
Participar de uma montagem como essa é vivenciar que as coisas mais importantes, belas e significativas não estão prontas, precisam ser construídas parte por parte, com muito esforço e dedicação, caracterizando essa construção como algo único.
Além de tudo, é um trabalho coletivo, onde tudo e cada um depende de todos, e de cada um. É assumir um compromisso com o grupo, uma tremenda responsabilidade, e estar em constante interação. Ao mesmo tempo, lidar com as próprias dificuldades, crises, assombros, frustrações e superações. É quase impossível não se envolver intensamente e não sair de uma experiência como essa minimamente transformado!
De minha perspectiva de professora de classe, que acompanha este grupo há 8 anos, foi maravilhoso ver o quanto todos, e cada um, puderam revelar-se de algum jeito, travaram batalhas pessoais e fizeram conquistas imensuráveis. Fiquei muito feliz, não apenas com o resultado, que certamente superou as expectativas e encantou, mas por ter observado todo o esforço dessa construção e constatar o tamanho potencial de realização que existe em cada um destes jovens, revelado, por exemplo, nas composições musicais, nos textos próprios inseridos, nas ideias e contribuições, nas caracterizações, no empenho em prol do grupo, na superação do cansaço e muitos outras aspectos. Sinto-me privilegiada e profundamente agradecida.”
Vilma Paschoa, professora de classe do 8º ano, que em setembro de 2019 apresentou a peça Um Violinista no Telhado, de Scholem Aleichem (adaptação de Ruth Salles)
Trechos de relatos dos alunos sobre o processo:
“Agradeço a cada um de vocês por tudo e espero que essa amizade não acabe, porque é incrível a nossa força, juntos somos mais. Amo cada um de vocês.” (Isadora)
“Eu gosto de pensar que nós não só atuamos no teatro, o teatro também atua em nós. Quanto mudamos desde as aulas de Arte da Fala? Os únicos que podem descobrir somos nós mesmos!.” (Miguel)
“Sinto que o teatro mudou muitas coisas em mim: perdi um pouco a timidez, que sempre foi um obstáculo meu; questionei coisas que precisavam ser ponderadas e o mais importante é que decidi realmente mudar muitas coisas que estavam me incomodando e cumprir metas que tinha planejado e ainda precisavam ser executadas.” (Alice)
“Depois de três meses, chegou o dia da estreia! Dá um frio na barriga, mas passa bem rápido. Quando acaba, é bem triste, mas depois você percebe que cresceu muito!” (Artur N.F.)
“Foi uma experiência reveladora e maravilhosa. (…) Gostei do papel que interpretei e de como eu interpretei. Aprendi muito e me tornei uma pessoa melhor.” (Yuri)
“Tenho certeza de que nunca vou passar por algo igual na minha vida. Acho que o que eu mais gostei foi realmente poder ter essa oportunidade e fazer parte disso tudo com as pessoas que eu amo tanto!” (Bruna)
“No camarim, em uma de nossas últimas cenas, veio uma saudade, uma vontade de voltar para a sala de música, onde a fábrica de sonhos começou a funcionar!” (Maria Eduarda)
“No dia da estreia eu estava muito nervosa, feliz, eufórica e triste, porque era, por assim dizer, o começo do fim! Mas todos esses sentimentos sumiam quando eu entrava no palco e só sobrava a felicidade de estar ali com todo mundo.” (Catarina)
“Eram tantas emoções juntas: amor, amizade, ansiedade, felicidade, tristeza… Muitos alunos da classe melhoraram muito as suas atitudes e também conhecemos lados de alguns alunos que a gente não conhecia.” (Manoela)
“Uma coisa que fez com que eu gostasse tanto foi poder me expressar e me soltar sem ser julgado.” (Jefferson)
“O teatro foi uma forma de eu me soltar, ser livre, compartilhar momentos, fazer novas amizades, chorar, errar, seguir em frente.” (Maria Camila)
“Tivemos dias muito produtivos e divertidos, outros nem tanto, mas senti que estávamos sempre muito unidos e querendo fazer sempre o nosso melhor.” (Pietra)
“O teatro para mim foi uma experiência incrível e sei que algo dentro de mim mudou!” (Théo)
“Vou levar essa experiência para a vida. Cada momento (mesmo que eu não perceba) vai ser útil para o resto da minha vida.” (Gabriel)
“Acho que pude amadurecer muito. Não vou mentir, foi bem difícil, achei que não íamos conseguir. Mas no final, deu tudo certo. Vou sentir muitas saudades de tudo isso!.” (Pedro)
“(…) Durante o processo eu tive frustrações, mas também ótimas surpresas, como o resultado final, que eu AMEI! Foi INCRÍVEL!” (Laura V.C.)
“A experiência do teatro foi incrível e inesquecível, um momento único no qual nós amadurecemos. (…)” (Anna Carolina)
“(…) O teatro uniu muito a gente. Não só os alunos, mas também os professores, porque eles, com a gente, fizeram tudo acontecer.” (Leonardo)
“(…) Achava a Tzeitel meio boba, não me identificava nada com ela. Quanto mais perto da apresentação, mais fui me acostumando com a personagem e até cheguei a pegar um gostinho. Foi aí que percebi as qualidades da Tzeitel, ela era a menos bobinha das irmãs!” (Anne)
“Fazer o teatro do 8º ano: um sonho de criança realizado! O resultado final ficou muito acima que o esperado por mim, e acho que todos curtiram muito a experiência e saíram de lá orgulhosos e preenchidos. A peça foi também um, digamos, ‘sucesso de crítica’ e é sempre bom saber que as pessoas gostaram.(…)” (Bernardo)
“Quando o teatro acabou, eu me senti realizado e mais relaxado, mas também um pouco triste, pois a experiência de fazer um teatro é muito legal.(…)” (Murilo)
“(…) E domingo não se tratou apenas da apresentação… Nossos sentimentos e as saudades, que já batiam antes mesmo de nos apresentar! Senti nossa classe verdadeiramente unida, uma família. Naquele momento, tudo valeu a pena!” (Petra)
“Eu senti muita felicidade em fazer o teatro, não queria que tivesse acabado! (…)” (Matheus)
“(…) Eu percebi que as pessoas da classe evoluíram, eu me aproximei mais e teve menos desrespeito de uns com os outros.” (Beatriz)
“O que falar de um dos processos mais intensos da minha vida? Foram tantos sentimentos, pensamentos, aprendizados que tivemos durante todo o processo! No começo, em maio, com eu poderia imaginar que tantas coisas iriam acontecer? (…)” (Laura J.)
“(…) Eu criei uma mega esperança em mim mesmo por estar desde o 1º ano na escola e ver todos os teatros dos 8ºs anos. Sabia que um dia chegaria minha vez!” (Arthur)
“Como tudo se consegue no esforço, como o processo pode ser doloroso, como o resultado pode ser glorioso, mas o melhor disso tudo é a amizade criada a cada cena.(…)” (Igor)
“Eu gostei muito de fazer o teatro. No começo fiquei um pouco com vergonha, mas depois me soltei. Fiquei ansiosa, feliz, mas um pouco triste, porque acaba muito rápido.(…)” (Victoria)
“(…) O melhor é saber que tudo deu certo no final e que cada um e a classe como um todo conseguiu aprender alguma coisa durante todo esse processo.” (Cíntia)
“(…) A parte mais legal foi no final, quando eu vi ‘está dando certo!’ . As apresentações eu adorei, mas sempre dava um medo, principalmente na hora em que eu falava sozinha.” (Emilie)
Clique aqui e confira aqui o álbum de fotos das apresentações da peça.
Meditação de Natal
Quando nos aproximamos da época natalina, soa ao nosso redor o ensinamento do Cristo:
“Se não tornardes como criança, não podereis entrar no Reino dos Céus.”
Viemos ao mundo como criança. A concepção e o crescimento do corpo físico são as vestes para que seja possível a transferência de nossa essência do espiritual ao físico. Dessa forma, podemos vivenciar o que só pode ser realizado neste mundo.
Nos primeiros anos, como criança, estamos livres da ilusão do materialismo. Do ponto de vista espiritual, penetramos na existência terrestre permeados pelo impulso da igualdade. Depois de nascer, somos diferenciados pelos nossos dons e aptidões.
Para que lembremos de nossa origem espiritual, brilha o pilar luminoso do pensamento natalino, fonte de onde recebemos a vitalização necessária para nossa existência terrena. Compreender o Cristo significa compreender que atuamos com nossos talentos a serviço da humanidade. Com esse sentimento em nossos corações, ganhamos força para as grandes tarefas em que estamos envolvidos. Para isso, elevemos nossa consciência ao pensar natalino:
“Se não tornardes como criança, não podereis entrar no Reino dos Céus.”
Um feliz Natal!
Por Sergio Kaisserlian de Figueiredo, representante de classe 11° ano. Esta meditação foi lida por Sergio no encerramento da última reunião do Conselho de Pais de 2019
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Apresentação da turma de d. Ana Cândida
Quantas voltas o mundo dá
E nós nele
A se perder e se encontrar
A sala cheirando a madeira
As cortinas suaves enquadrando as janelas para o mundo
O quadro negro preenchido de cores e sentidos
O som das flautas, cada uma a seu modo, te seguindo
Na tentativa de fazer juntas uma melodia
O papel molhado recebendo as tintas do pincel
A História revelada em contação de histórias,
Encontro comigo em outras eras e lugares
O boletim preenchido à mão com sua letra
Revelando o quanto esteve, o ano todo, a mim atenta
Um verso recebido no início de cada ciclo
Sinal de que, mesmo nas férias, o vínculo afetivo não era rompido
Você não me ensinou a juntar letras no papel, o B-A-BA
Mas a contemplar o céu e ler as manhãs
A me encantar
As aulas não eram só carteira e cadeira
Mas vinham também em forma de brincadeira
Circo, teatro, dança…
O elo alimentado com toda a Natureza
Observar as flores, o caminho do sol e das estrelas
Plantar o trigo, fazer o forno e o pão
Construir nossa própria casinha
Fazendo de nossa vida uma moradia
E habitá-la com entusiasmo
Respirar com a vida
Alternando trabalho e festa
Cuidar do espaço partilhado, se dedicar a enfeitá-lo
Caminhar juntos, com as lanternas acesas na mão
Sentar e cantar juntos ao redor da fogueira de São João
Alimentar a experiência do convívio em comunhão
As viagens que ampliavam as fronteiras
Do mundo
E da alma
Montanhas e mangues
Hortênsias, vaga-lumes
Peixes e araucárias
Pedras, terra e águas
Estalactites
Tesouros formados pacientemente
Nas nossas próprias profundezas
Assim, a disciplina cedia lugar à dedicação
O fazer por haver uma sentida razão
Você era professora, não uma funcionária
Da mesma forma, eu não era uma estudante a-lunada
Éramos pessoas antigas partilhando o tempo presente
Companheiras de jornada
Em corpo, espírito e imaginação
Fazendo de cada encontro nossa oração
Insistindo em acender a luz do coração
Hoje tento imaginar como era possível
Que você fizesse tanto
E tudo, todo dia, com carinho?
Cada dia da vida era um templo
E nele entrava com devoção
Cada dia era um portal que se abria
Graças à sua dedicada alegria
Nos ensinando a escutar
As “preciosas ressonâncias de algum silêncio escutado há anos”
E a nunca barulhar para calar este silêncio
Mulher, como foi capaz de tamanha empreitada?
Por tantos anos, em cada instante mergulhada?
Quando penso em você
Vejo janela para o céu infinito
E pressinto a infinidade de seres viventes na terra
Eu, você, todos nós dentro e parte de tudo isto
Numa trama por todos nós tecida, delicada
Te vejo pingo de tinta vibrante que na aquarela se espalha
Te ouço estalo de madeira aquecida pelo fogo
Mãos e pés batendo juntos, ritmados
Te sinto cheiro de pão quente repartido em irmandade
Poema que nos fala de segredos
Que em dança de mãos dadas são revelados
Verão, outono, inverno e primavera
Vida infinda
Vida divina
Vida dividida
E multiplicada
Você segue agora para esta nova fase de sua jornada
Eu sigo dançando consigo este bailado
Que agora se expande para o outro lado
Desconstruímos, então, esta última fronteira
E a vida, mais uma vez, se revela inteira
De mãos dadas com a morte
Sua irmã verdadeira
Uma semente brota em meu peito aquecido
E do amor sinto o perfume de uma nova flor
Recém-nascida no infinito
Amanda Schoenmaker
22/02/2020
Dona Ana Cândida foi professora de classe da turma de Amanda entre 1989 e 1996. Ela fez parte do corpo docente do Colégio Micael durante quase 40 anos e partiu para o mundo espiritual em fevereiro de 2020.
A beleza transformadora do teatro
“O processo da construção de uma peça de teatro é sempre uma experiência transformadora. O teatro do 8º ano de uma escola Waldorf é aquele momento em que muito do que foi semeado ao longo desse período pode agora ser resgatado, aperfeiçoado, aprofundado, lapidado. Junte-se a esses dois aspectos o momento em que o jovem de 14 anos está, com tantas mudanças internas e externas, tantas descobertas, percepções e lampejos de futuro. Aqui se inicia a busca de si mesmo.
Interpretar um personagem é ter a oportunidade de experimentar ver o mundo, sentir, pensar e agir na pele de outra pessoa e, através dela, sair de si mesmo, deixando de lado as próprias turbulências emocionais. É treinar o enxergar e o ser diferente, às vezes até de um jeito oposto a si próprio!
Participar de uma montagem como essa é vivenciar que as coisas mais importantes, belas e significativas não estão prontas, precisam ser construídas parte por parte, com muito esforço e dedicação, caracterizando essa construção como algo único.
Além de tudo, é um trabalho coletivo, onde tudo e cada um depende de todos, e de cada um. É assumir um compromisso com o grupo, uma tremenda responsabilidade, e estar em constante interação. Ao mesmo tempo, lidar com as próprias dificuldades, crises, assombros, frustrações e superações. É quase impossível não se envolver intensamente e não sair de uma experiência como essa minimamente transformado!
De minha perspectiva de professora de classe, que acompanha este grupo há 8 anos, foi maravilhoso ver o quanto todos, e cada um, puderam revelar-se de algum jeito, travaram batalhas pessoais e fizeram conquistas imensuráveis. Fiquei muito feliz, não apenas com o resultado, que certamente superou as expectativas e encantou, mas por ter observado todo o esforço dessa construção e constatar o tamanho potencial de realização que existe em cada um destes jovens, revelado, por exemplo, nas composições musicais, nos textos próprios inseridos, nas ideias e contribuições, nas caracterizações, no empenho em prol do grupo, na superação do cansaço e muitos outras aspectos. Sinto-me privilegiada e profundamente agradecida.”
Vilma Paschoa, professora de classe do 8º ano, que em setembro de 2019 apresentou a peça Um Violinista no Telhado, de Scholem Aleichem (adaptação de Ruth Salles)
Trechos de relatos dos alunos sobre o processo:
“Agradeço a cada um de vocês por tudo e espero que essa amizade não acabe, porque é incrível a nossa força, juntos somos mais. Amo cada um de vocês.” (Isadora)
“Eu gosto de pensar que nós não só atuamos no teatro, o teatro também atua em nós. Quanto mudamos desde as aulas de Arte da Fala? Os únicos que podem descobrir somos nós mesmos!.” (Miguel)
“Sinto que o teatro mudou muitas coisas em mim: perdi um pouco a timidez, que sempre foi um obstáculo meu; questionei coisas que precisavam ser ponderadas e o mais importante é que decidi realmente mudar muitas coisas que estavam me incomodando e cumprir metas que tinha planejado e ainda precisavam ser executadas.” (Alice)
“Depois de três meses, chegou o dia da estreia! Dá um frio na barriga, mas passa bem rápido. Quando acaba, é bem triste, mas depois você percebe que cresceu muito!” (Artur N.F.)
“Foi uma experiência reveladora e maravilhosa. (…) Gostei do papel que interpretei e de como eu interpretei. Aprendi muito e me tornei uma pessoa melhor.” (Yuri)
“Tenho certeza de que nunca vou passar por algo igual na minha vida. Acho que o que eu mais gostei foi realmente poder ter essa oportunidade e fazer parte disso tudo com as pessoas que eu amo tanto!” (Bruna)
“No camarim, em uma de nossas últimas cenas, veio uma saudade, uma vontade de voltar para a sala de música, onde a fábrica de sonhos começou a funcionar!” (Maria Eduarda)
“No dia da estreia eu estava muito nervosa, feliz, eufórica e triste, porque era, por assim dizer, o começo do fim! Mas todos esses sentimentos sumiam quando eu entrava no palco e só sobrava a felicidade de estar ali com todo mundo.” (Catarina)
“Eram tantas emoções juntas: amor, amizade, ansiedade, felicidade, tristeza… Muitos alunos da classe melhoraram muito as suas atitudes e também conhecemos lados de alguns alunos que a gente não conhecia.” (Manoela)
“Uma coisa que fez com que eu gostasse tanto foi poder me expressar e me soltar sem ser julgado.” (Jefferson)
“O teatro foi uma forma de eu me soltar, ser livre, compartilhar momentos, fazer novas amizades, chorar, errar, seguir em frente.” (Maria Camila)
“Tivemos dias muito produtivos e divertidos, outros nem tanto, mas senti que estávamos sempre muito unidos e querendo fazer sempre o nosso melhor.” (Pietra)
“O teatro para mim foi uma experiência incrível e sei que algo dentro de mim mudou!” (Théo)
“Vou levar essa experiência para a vida. Cada momento (mesmo que eu não perceba) vai ser útil para o resto da minha vida.” (Gabriel)
“Acho que pude amadurecer muito. Não vou mentir, foi bem difícil, achei que não íamos conseguir. Mas no final, deu tudo certo. Vou sentir muitas saudades de tudo isso!.” (Pedro)
“(…) Durante o processo eu tive frustrações, mas também ótimas surpresas, como o resultado final, que eu AMEI! Foi INCRÍVEL!” (Laura V.C.)
“A experiência do teatro foi incrível e inesquecível, um momento único no qual nós amadurecemos. (…)” (Anna Carolina)
“(…) O teatro uniu muito a gente. Não só os alunos, mas também os professores, porque eles, com a gente, fizeram tudo acontecer.” (Leonardo)
“(…) Achava a Tzeitel meio boba, não me identificava nada com ela. Quanto mais perto da apresentação, mais fui me acostumando com a personagem e até cheguei a pegar um gostinho. Foi aí que percebi as qualidades da Tzeitel, ela era a menos bobinha das irmãs!” (Anne)
“Fazer o teatro do 8º ano: um sonho de criança realizado! O resultado final ficou muito acima que o esperado por mim, e acho que todos curtiram muito a experiência e saíram de lá orgulhosos e preenchidos. A peça foi também um, digamos, ‘sucesso de crítica’ e é sempre bom saber que as pessoas gostaram.(…)” (Bernardo)
“Quando o teatro acabou, eu me senti realizado e mais relaxado, mas também um pouco triste, pois a experiência de fazer um teatro é muito legal.(…)” (Murilo)
“(…) E domingo não se tratou apenas da apresentação… Nossos sentimentos e as saudades, que já batiam antes mesmo de nos apresentar! Senti nossa classe verdadeiramente unida, uma família. Naquele momento, tudo valeu a pena!” (Petra)
“Eu senti muita felicidade em fazer o teatro, não queria que tivesse acabado! (…)” (Matheus)
“(…) Eu percebi que as pessoas da classe evoluíram, eu me aproximei mais e teve menos desrespeito de uns com os outros.” (Beatriz)
“O que falar de um dos processos mais intensos da minha vida? Foram tantos sentimentos, pensamentos, aprendizados que tivemos durante todo o processo! No começo, em maio, com eu poderia imaginar que tantas coisas iriam acontecer? (…)” (Laura J.)
“(…) Eu criei uma mega esperança em mim mesmo por estar desde o 1º ano na escola e ver todos os teatros dos 8ºs anos. Sabia que um dia chegaria minha vez!” (Arthur)
“Como tudo se consegue no esforço, como o processo pode ser doloroso, como o resultado pode ser glorioso, mas o melhor disso tudo é a amizade criada a cada cena.(…)” (Igor)
“Eu gostei muito de fazer o teatro. No começo fiquei um pouco com vergonha, mas depois me soltei. Fiquei ansiosa, feliz, mas um pouco triste, porque acaba muito rápido.(…)” (Victoria)
“(…) O melhor é saber que tudo deu certo no final e que cada um e a classe como um todo conseguiu aprender alguma coisa durante todo esse processo.” (Cíntia)
“(…) A parte mais legal foi no final, quando eu vi ‘está dando certo!’ . As apresentações eu adorei, mas sempre dava um medo, principalmente na hora em que eu falava sozinha.” (Emilie)